um mate Orlando!!!


Quem me conhece sabe que o gauchês não sai de mim, mesmo morando longe, ouvindo todos os sotaques brasileiros, quando abro a boca, me denuncio.
Cheguei em casa louca para escrever, mas na verdade não era escrever.
Queria um mate.
Queria estar sentada no banquinho da cozinha amarelinha da vó e contar para meu avô o que estamos passando hoje.
Eu diria, tirando a calça, no portão da casa: vô, me dá um mate, pois o dia foi cansativo. Os guris estão crescendo e me deixando louca, mas o que me incomoda é que nosso futuro foi adiado.
Ele diria: O que é isso minha filha, tirando a calça no portão! olha os vizinhos... e o que é que é que te incomoda???? eu responderia, Orlando, está quente, e paciência, minha bunda já é conhecida pela vizinhança... e o que me importa é o futuro...
Dá um mate vô!
Se isso fosse possível, nossa conversa seguiria:
Pois hoje, Orlando velho, ficou claro para mim que tu sempre tens razão. Talvez se eu tivesse ouvido tua profecia quando votei pelas primeiras vezes, talvez nosso futuro não estivesse sendo adiado.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAa tu dirias, eu avisei, eu avisei...
eu sei.
eu sei, eu não te ouvi.
Me sinto tão ignorante, tão imatura, tão precisada do teu mate, e das tuas palavras simples, mas tão tuas.
São tantos momentos malucos, que por mais que eu esteja sempre "armada" e pronta para lutar, às vezes eu preciso imaginar como seria a minha vida contigo.
Hoje foi um dia tenso, e há quem diga, que bobagem... bobagem´não!!!! vá andar nas ruas, entre no posto do INSS e veja a nossa população... Ligue o rádio e presta atenção.
Para onde estamos indo? uma revolução, tu dirias, não é Orlando????
a... se não fosse a lembrança dos teus olhos verdes... já teria tirado a  farda.

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