a gente dança o que a vida toca

 A vida poderia ter sido assim:

" Felicidade é uma cidade pequenina, qualquer lugar que se ilumina quando a  gente quer amar..."

Mas parece que a vida da gente começou com um sambinha e está no  heavy metal... e sei lá se isso passa... será que acabará no tango? ou na ópera...

pois é.

Parece que todos os ensaios para a vida adulta não foram suficientes, parece que a gente vive subindo no palco e improvisando... eu acho...

um dia a gente finge que é a mulher maravilha, no outro a gente se sente a gata borralheira, no próximo a Malevola, no outro chapeuzinho vermelho...

bem lascado.

E quando a gente pensa que tem controle de tudo ou de quase tudo... descobre que a coisa mais controlada que temos na vida é o relógio de pulso...

Enfim, você que tanto sonhou comigo, que sorria até soltar pum, nunca entendi como uma menina podia fazer tanto pum... vexame, sem modos... que era a pessoa mais tranquila e livre que eu conhecia, porque fugia de casa pelo portão dos fundos e andava sozinha pela cidade e me passava a noção de que o mundo era mais roxo do que azul... que quando entrava no meu quarto me deixava nervosa porque causava desordem física e emocional na minha vida...

Você que tem uma alma tão forte, tão amiga, tão leal, tão especial...você que habita minha infância e sempre foi forte, relaxa... tá tudo certo. Não fosse tudo, você não seria isso tudo que é.