COISAS DA MINHA TERRA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1

Evento Ouro Preto



"Em 24 de fevereiro de 1839, chegava a Caçapava o comando Republicano farrapo Comandado pelo General Bento Gonçalves, estancieiro, de grau 33 no Rito Escocês Antigo e Aceito, Soberano Grande Inspector-Geral da maçonaria de codinome Sucre. Junto com a cúpula farrapa, chega também a imprensa de Luigi Rossetti, que nasceu em Gênova na Itália e pertencia a sociedade secreta italiana chamada Carbonária, ligada a Jovem Itália, movimento que numa espécie de cruzada internacional levava as idéias Republicanas e democráticas aos quatro cantos do mundo. O jornal O Povo (1838-1840) era o divulgador dos ideários e das notícias da República Rio-Grandense, opositora por assim dizer ao Império Brasileiro, o jornal começa em Piratini e termina em Caçapava. Ficou o jornal instalado no fundo do Palácio dos Ministérios, Rua Sete de Setembro, 521, esquina Borges de Medeiros, prédio que foi Tombado como nome de Casa de Ulhôa Cintra pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado – IPHAE, através da Portaria nº. 05 de 24 de fevereiro de 1994.

Já, a Cúpula Farroupilha chegando de Piratini instaura o seu reduto ali, onde hoje fica o Centro Municipal de Cultura Arnaldo Luiz Cassol, prédio Tombado com a denominação de Antigo Fórum pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado – IPHAE, através da Portaria nº. 06 de 10 de setembro de 1985.

A instauração do Governo da República em Caçapava do Sul, faz com que a cidade tenha “status” de Capital da República e, por assim dizer, a capital da revolta mais longa do período regencial e da história do Brasil. Período este, que compreende o intervalo entre o primeiro e o segundo Império Brasileiro. É, então, com este “status” que Caçapava do Sul deveria se posicionar para o Brasil e para o Mundo.
Preservar o Patrimônio Histórico e Cultural, a Memória e a Identidade de um povo é dever da administração pública e de órgãos competentes porque, este patrimônio é protegido e respaldado por leis municipais, estaduais e federais. É também o dever cívico de todo o povo. Só assim, poderemos criar, viver e valorizar uma cidade moderna, educada e conhecedora de seu passado, da sua história e de suas riquezas.
No ano da comemoração de 170 anos da Capital Farroupilha, Caçapava do Sul estava em festa. Não para comemorar seu passado histórico de lutas ou lembrar homens com ideologia que atravessavam o mundo para lutar e morrer pelo que acreditavam ser certo e justo, mas, igualmente, para festejar o popular carnaval, que a cidade inteira estava carente devido há anos de descaso administrativo. Assim, com a pressa em se modernizar a todo custo, foi esquecido o termo “devagar e sempre”.
Há 170 anos, os Farrapos chegavam aqui, alguns estavam muito longe de sua terra e de sua Pátria, provando assim que as coisas em que acreditavam certas são mais importantes do que a própria vida. Por estes ideais, morrer pelo que se acredita é morrer com honra. A morte mais bela que se pode ter. É o caso de homens como os italianos Rosseti, Zambeccari e Garibaldi e do inglês John Grenfell, os lanceiros negros e demais gaúchos que lutaram numa guerra quase louca e suicida contra as forças do Império Brasileiro.

Caçapava do Sul, após 170 anos, não disse uma frase em memória a estes homens honrados. Não fez uma singela lembrança que fosse. Ao contrário, selou a voz dos homens do passado com uma massa preta de rocha, areia e piche demonstrando assim, nossa gratidão, nossa memória e respeito à História do Brasil, do Rio Grande e ao Patrimônio Histórico-Cultural protegido por Lei. Nunca fomos tão perversos e tão mal agradecidos. O preto do asfalto feito para 4 dias de comemoração enterra, no mínimo, 170 anos de História do Brasil para o Mundo.
Que venha o desenvolvimento! Necessário e importante, vital até.
Que venha o progresso! Mas, que não enterre nosso passado, nossa memória e ensinamentos.
A História, que nada tem a ver com o “ganhar dinheiro”, é um bem de relevante valor para uma comunidade, um povo, uma civilização. É de todos nós. Os homens passam, ela fica. Para os que estavam longe de nosso Estado e os que são daqui, é bom lembrar que nenhum povo na história mundial sobreviveu sem preservar o seu passado e as suas raízes.
Mostremos valor, constância, nesta ímpia e injusta guerra, sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra. Mas não basta pra ser livre, ser forte, aguerrido e bravo, povo que não tem virtude, acaba por ser escravo."
Cyro Rios Mesquita - pesquisador, ex- diretor municipal de cultura
Juliano Torres Fraga - historiador e professor

Comentários

Renata Miranda disse…
E em fevereiro de 2009 quando o prefeito resolve asfaltar a cidade trazendo progresso e uma cara moderna para a cidade uma vereadora retrógrada decide que a cidade é pratimônio histórico e embarga a obra no meio do caminho... É... infelizmente são coisas da tua tua Terra kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Ana disse…
Essa história do calçamento X asfaltamento rendeu muita discussão, em Pelotas!
Acho mais bonito, em cidades antigas, conservar o calçamento. E adoro fachadas de casas antigas, as praças, os museus!
Cara moderna devem ter as novas cidades!
Caçapava faz parte da Grande Lavras! E ponto final!

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Vim comentar teu post e acabei comentando o comentário da Renata!
É que gente desta terra adora uma boa peleia!!
Ana disse…
Oi, Liziane
É o seguinte: eu estava fazendo um blog, onde predominava a cor azul e acabei colecionando imagens nessa cor! Acho que elas combinam com o visual do teu blog - que é uma graça!
Posso te enviar?
Só preciso do teu email!
Beijo!
Renata Miranda disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Renata Miranda disse…
Não concordo... Acho que devemos preservar o Patrimônio Histórico como as fachadas e prédios tombados, mas o próprio calçamento já é algo moderno. Se querem preservar a história incluindo a rua então melhor deixar em estrada de chão. Acho que o asfalto não influencia nos prédios históricos e não acho que isso seja só para as novas cidades. Se fosse assim, Porto Alegre não teria a cara linda que tem mesmo preservando a história de alguns prédios...

O que poderia concordar é que na rua XV de repente não precisaria, mas no resto da cidade, sim. Vocês defendem paralelepípedo porque moram em ruas asfaltadas e não é vcs que enfrentam o que eu enfrento aqui suas lacraias... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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