Reencontro, parte I

...Já estava anoitecendo quando entrei na rua e dei de cara com a mesma paisagem da minha infância... aos poucos fui lembrando do tempo da escola quando a rua era muito mais do que um caminho, a rua naquela época, era um mundo especial... os desafios dos buracos, das chuvas, dos reflexos nos vidros das lojas... as inúmeras vezes em que compartilhei a calçada com a minha mãe e seus conceitos "tolos", os milhões de encontros, os bons dias, boas tardes e boas noites...
As tardes de verão em que me jogava rua abaixo de bicicleta... As noites em que os postes foram testemunhas das minhas lágrimas...
O trecho despertou em mim uma saudade... algo impossível de explicar... a conclusão no momento foi de que a pior palavra é aquela que não fora proferida...
Até que um carro parou. Abriu a porta e me chamou pelo primeiro nome... Fiquei gélida, a muito não ouvia meu nome, a anos perdido em meio a formalidades e frivolidades... para meu espanto, a muito não ouvia aquela voz que em segundos devolveu minha adolescência aos meus sentidos... Meu coração parou. Congelei, não consegui responder. Fiquei na sargeta esperando ser acordada... nem sei... Aquela criatura que a anos eu não via... Ali, na minha rua, ali na minha vida...

Comentários

Ale B disse…
Oi amor!
Que saudades, sumida.
Que legal esse texto... bem gente sensível! Também me sinto assim quando visito certas ruas da minha infância. Uma nostalgia, um nó na garganta algumas vezes e outras até um alívio na verdade.
Agora, a pergunta que não quer calar: Quem? Quem? Quem foi reencontrado (a)??? Vê se não vai levar 1 ano para escrever parte II. Esse suspense me enlouquece!!!
Beijão grande!
LIA B. disse…
Amada, achei lindo o texto, muito sensível....
Faço o mesmo questionamento da Ale: quem? quem? Conte-nos tudo.
Beijoca

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