Texto da tia Clau! fantástico!!!

Assunto: Desabafo de reflexões a partir da capa da ZH de sexta...

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> Segundo ZH desta última sexta-feira, dia 26 de agosto, nosso ensino está em apuros. Porém não é de hoje, já tem 100 anos que o sistema de ensino está falido!

> Pensemos: São 14 milhões de analfabetos funcionais que acabam por não concluir o ensino fundamental (1º grau). O ensino particular não está muito atrás como mostra a reportagem...

> O mundo mudou, as crianças mudaram, nós mudamos e as escolas? Continuam igualzinhas a diferença da palmatória para agora é que esta se transformou em agressões verbais.

> Quando se compreende que cada criança é um ser irrepetível, é um equívoco imaginar que se deve pautar o ritmo dos alunos pelo ritmo de um manual ou pela homogeneização (crianças divididas por idade) operada pelos planos de aula destinados a um hipotético aluno médio.

> E quanto a inclusão que frequentemente sob o rótulo e o estigma da diferença, priva-se a "criança diferente" (ainda que inconscientemente) de experiências que lhe permitiriam ganhar consciência de si como ser social-com-os-outros.

> Deve-se refletir essas práticas pois como dizia Olivier Reboul "ensinar não é inculcar, nem transmitir, é fazer aprender". São tantas as escolas que já provam de um currículo, práticas diferenciadas e que funcionam muito bem, mas o ser humano tem medo do novo!

> Educar é mais do que preparar alunos para fazer exames, é ajudar as crianças a entenderem o mundo e a realizarem-se como pessoas, muito para além do tempo de escolarização que temos.

> O ser humano tem dificuldade para conceber uma escola diferente daquela que frequentaram quando alunos, mas devemos refletir, dar a chance de se apropriar de uma nova concepção

> pois como diz meu amigo José Pacheco: " É inevitável alterar a organização das escolas, interrogar práticas educativas dominantes. É urgente interferir humanamente no íntimo das comunidades humanas, questionar convicções e, fraternalmente, incomodar os acomodados".

> Fica a pergunta: O que o ensino dominante quer fazer com nossas crianças? Onde foi parar a solidariedade, cidadania, autonomia, pensamento crítico, amor ao próximo, gratidão aos pais? Dêem uma boa observada nos adolescentes de hoje, o que eles estão aprendendo no mundo "fast"de hoje? Os pais sem tempo e as escolas preocupadas num adestramento cognitivo, as propagandas direcionadas para as crianças sem ninguém por perto pra mostrar, discernir o certo do errado, bebidas alcoólicas e fumo sendo utilizadas aos 10 anos de idade, gurias que recém menstruaram grávidas e o que se faz na escola com seu adestramento cognitivo se não tirar um tempo precioso onde essas crianças deveriam estar aprendendo cidadania, direitos e deveres para então se especializar no que tiver interesse? Qual o papel dos dígrafos, báscara e tantos outros ensinamentos sem utilidade alguma para tua vida hoje e na época que tiveste que decorar?

> No momento que a base fundante da vida de um ser humano estiver consolidada, podemos sim buscar informação em livros, internet, amigos e professores mas até lá o que estão fazendo com nossas crianças e adolescentes? Depois do vestibular o que ocorre? Posso aplicar uma prova de vestibular pra você agora? e pra que?

> O mundo está cada vez mais veloz, os dias passam muito rápido, as informações se dão a cada minuto e as crianças estão se tornando que adultos?

> Como diziam os educadores Paulo Freire, Agostinho da silva, Piaget, José Jorge Letria, Pestalozzi, Cecília Meirelles e tantos outros do Brasil e de fora deste: é preciso aprender a viver o mundo ao seu redor, todos aprendem mas cada um tem seu tempo. Autonomia, solidariedade, respeito cidadania só se aprende vivenciando essas possibilidades.

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> "O desenvolvimento neurológico não é algo extremamente uniforme e depende de fatores biológicos e ambientais. Há crianças que atingem esse desenvolvimento um pouco antes ou um pouco depois, e isso não significa uma maior ou menor capacidade intelectual ou cognitiva"afirma Luiz Celso Pereira Vilanovas, chefe do setor de neurologia infantil da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

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> E agora? Já se tem uma rede de escolas funcionando sobre estes questionamentos no nosso Brasil, mas é muito importante que a sociedade comece a participar, questionar, refletir, chega de escola tradicional que conhecemos!

> Para mudar devemos nos unir... Não podemos mais ser uma ilha cercados de gente por todos os lados como dizia nosso querido Paulo Freire.

> Não adianta em nada reclamar e não se mexer...

> Divida esta reflexão com seus amigos que já se deram conta que como está não dá pra ficar.

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> Abraço fraterno, Claudia Bartelle. ( escola@cincoestrelinhas.com.br )

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