L´se vai
E de novo estou dentro do hospital...
Na porta de uma UTI.
Fui na Igreja e conversei com Deus, expliquei que não sou de igrejas, mas acredito na bondade dos homens, fui em uma missão.
Meu pai pediu, eu fui...
Lembrei a Deus o quanto meu pai foi um cara bom, honesto... o quanto sofreu, o quanto prestou... quando percebi, estava argumentando com Deus sobre a injustiça da doença, do sofrimento... rapidamente me desculpei, disse que era coisa da profissão, argumentar é meu trabalho... depois da gaffe, continuei meu monologo... contei para Deus que com o moribundo do leito 9 eu aprendi a ser mais gente... mais bicho... mais humilde... mais simples... menos caçadora...aprendi a superar as dificuldades com mais serenidade... aprendi que não precisamos baixar a cabeça, mas que na maior parte das vezes ignorar as palavras é mais adequado...
E quando já ia dando um tchau, lembrei a Deus que foi meu pai que nos apresentou... ele me levava as missas de domingo, explicou o significado de vários rituais da igreja e aceitou com tranquilidade o meu não catolicismo...
Assim, sai da igreja do meu pai de coração aliviado, entreguei a Deus meu inconformismo, minha tristeza.
Juntei forças, encontrei sorrisos... lembrei do meu pai caminhando a rua conosco nos braços, senti que Deus me ouviu.
Na porta de uma UTI.
Fui na Igreja e conversei com Deus, expliquei que não sou de igrejas, mas acredito na bondade dos homens, fui em uma missão.
Meu pai pediu, eu fui...
Lembrei a Deus o quanto meu pai foi um cara bom, honesto... o quanto sofreu, o quanto prestou... quando percebi, estava argumentando com Deus sobre a injustiça da doença, do sofrimento... rapidamente me desculpei, disse que era coisa da profissão, argumentar é meu trabalho... depois da gaffe, continuei meu monologo... contei para Deus que com o moribundo do leito 9 eu aprendi a ser mais gente... mais bicho... mais humilde... mais simples... menos caçadora...aprendi a superar as dificuldades com mais serenidade... aprendi que não precisamos baixar a cabeça, mas que na maior parte das vezes ignorar as palavras é mais adequado...
E quando já ia dando um tchau, lembrei a Deus que foi meu pai que nos apresentou... ele me levava as missas de domingo, explicou o significado de vários rituais da igreja e aceitou com tranquilidade o meu não catolicismo...
Assim, sai da igreja do meu pai de coração aliviado, entreguei a Deus meu inconformismo, minha tristeza.
Juntei forças, encontrei sorrisos... lembrei do meu pai caminhando a rua conosco nos braços, senti que Deus me ouviu.
Comentários
Eu era agnóstico também (não era ateu, era agnóstico ...que não são a mesma coisa)...e acabei me transformando num estudioso da Palavra, fiz dezenas de disciplinas no Curso de Teologia, sou católico praticante, virei conferencista e pregador em retiros de jovens...e aprendi a suportar as gozações, as piadas, quase a execração por parte dos meus colegas e amigos que me conheciam de outros tempos. E por que me transformei ?
Pela Dor ! Tive de lamber tudo que tinha cuspido antes contra padres, igreja, Bíblia, etc...E tudo pela Dor e pelo Amor a um parente amado que se encontrava numa situação-limite.
De sorte, que eu te entendo. Muito mais do que tu possas imaginar. Depois que passei a me deciar ao estudo bíblico e a fazer terapia (fiz durante quase 10 anos duas vezes por semana), me transformei num homem melhor, um marido, um professor, um avô muito melhor do que era antes...quebrei a minha onipotência e meu jeitão de metido a besta e a saber de tudo.
De sorte que - sem me tornar um beato ou carola - a Dor foi fundamental para a minha conversão.
Te desejo tudo de bom e que Deus te d~e glória alta e compreensão entre os homens.
Beijo
James Pizarro