Bem casados, vestidos, lacinhos, presentinhos... lágrimas...

não posso entender porque choro mais do que a mãe das noivas nos casamentos... morro de vergonha... mas olho aquelas pessoinhas entrando na igreja, muitas vezes superando a vergonha, o medo... a crença que casamento não existe mais... que tem prazo vencido...
tudo começa com o pobre noivo que é a pessoa que menos sabe sobre a organização do casamento e que naturalmente é conduzido pela mãe. Aquela que fez de sua barriga uma casinha... que o embalou, amou, sonhou com aquele momento desde o dia em que olhou para os olhinhos do menininho na maternidade...
depois entram os padrinhos que conhecem os noivos intimamente, os amam como se fossem irmãos de sangue, ou filhos...conhecem suas angústias, procuram ajudar nos momentos mais delicados...
Até que entra a noiva, com o pai... ninguém imagina o quanto o homem embalou, limpou, cuidou, amou, sonhou, sofreu... pai é o bicho mais curioso do mundo, porque eles passam a vida se perguntando, ainda que de forma indireta, se a filha está protegida... então, imagina naquele momento ele passa a GUARDA da filha... é um momento lindo, mas ao mesmo tempo duro, para o homem...
choro quando o padre pergunta sobre as responsabilidades do casamento, porque nem todos os dias carregar as tais responsabilidades são tarefas fáceis... há momentos que o casamento requer da gente muita, mas muita superioridade para encarar as dificuldades...
Fico olhando eles se comprometendo e rezo do fundo do coração que a vida seja justa, que eles sejam amigos, companheiros, amantes, namorados... que construam uma vida baseada em amor e muito respeito... que sejam apaixonados mesmo quando as rugas aparecerem e a bunda começar a cair... que façam jus um ao outro... que se amem, acima de qualquer coisa, acima de qualquer problema...desejo que saibam usar a palavra certa, quando discutir for inevitável...
E assim, passo a cerimônia inteira... tentando compreender o papel das pessoas neste mundo...